Projectos
Nome: | CAVALCANTI, Filipe |
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Outros nomes: | CAVALCANTI, Filippo |
Nascimento e morte: | Florença, séc. XVI – Olinda, antes 1614 |
Descrição: | Membro de uma família nobre florentina, a ascendência de Filipe Cavalcanti não se encontra unanimemente identificada na bibliografia. Peragallo e outros autores referem que este seria filho de António Cavalcanti, fidalgo florentino que, em meados do século XVI, se refugiou em Portugal. Outros autores, com base na certidão de nobreza obtida por Filipe a 23 de Agosto de 1559, referem que os seus pais seriam Giovanni di Lorenzo di Filippo Cavalcati, mercador, e Ginevra di Francesco di Leonardo Mannelli. O nome de dois dos seus irmãos são mencionados numa missiva de Filipe Sassetti: Guido e Stiatta Cavalcanti. Em meados do século XVI, Filipe veio para Portugal. Peragallo refere que, por volta de 1550, o florentino chegou ao reino na companhia do pai, António, após a conjura contra os Médicis. Outro autor, Pierluigi Bragaglia, pondera a hipótese dos dois Cavalcanti terem seguido depois para a ilha da Madeira, onde já se encontravam os primos Zenobio de Francesco Acciaiuoli. O Dicionário das Famílias Brasileiras, baseado em documentação italiana, aponta uma data posterior, por volta de 1558, para a sua chegada a terras portuguesas. Foi por pouco tempo que Cavalcanti esteve em Portugal, tendo acabado por embarcar para o Brasil. Estabeleceu-se na capitania de Pernambuco como fidalgo de nobreza reconhecida. O Armorial Lusitano descreve assim o brasão dos Cavalcanti: “De prata, mantelado de vermelho semeado de quadrifólios do primeiro esmalte e uma asna de azul, brocante sobre o traço do mantelado. Timbre: hipógrifo tampante de sua cor, entre chamas” (p. 154). Em Pernambuco, Filipe casou-se com D. Catarina de Albuquerque, filha bastarda do governador Jerónimo de Albuquerque. Deste enlace nasceram onze filhos que deram origem a uma notável família brasileira, os Cavalcanti d’Albuquerque. Cavalcanti tornou-se num poderoso senhor de engenho. Numa carta de 10 de Outubro de 1578, escrita pelo seu amigo Filipe Sassetti a Baccio Valori, o florentino era descrito como um homem de grande autoridade e grande proprietário, “com muitos pagens e cavalos”, gastando por ano, na sua casa, “mais de cinco mil Escudos”. |
Bibliografia | |
Estudos: | Afonso Eduardo Martins Zúquete, Armorial Lusitano. Genealogia e Heráldica, Lisboa, Representações Zairol, 1961, p. 54. Carlos Eduardo de Almeida Barata e Antônio Henrique da Cunha Bueno, “Cavalcanti”, Dicionário das Famílias Brasileiras, vol. I, S. Paulo, [s.n.], [s.d.], pp. 697-698. J. Lúcio de Azevedo, “Viagens de um florentino a Portugal e à Índia (século XVI)”, Novas Epanáforas: Estudos de História e Literatura, Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1932, p. 105. Luísa D’Arienzo, La presenza degli italiani in Portogallo al tempo di Colombo, Roma, Istituto Poligrafico e Zecca dello Stato / Libreria dello Stato, 2003, pp. 787. Pierluigi Bragaglia, Os italianos nos Açores e na Madeira, das origens da colonização a 1583 (conquista espanhola da Terceira). Tese de Laurea em História Moderna na Universidade dos Estudos de Bologna – Faculdade de Ciências Políticas, Bolonha, 1992, exemplar policopiado, pp. 415-416. Prospero Peragallo, Cenni intorno alla colonia italiana in Portogallo nei secoli XIV, XV e XVI, Genova, Stabilimento Tipografico Ved. Papini e Figli, 1907, pp. 55-56. |