Projectos

Nome:GHERSI, Jerónimo
Outros nomes:GHERSI, João Jerónimo / GUERSI, Jerónimo
Nascimento e morte:m. Génova?, depois de 1676
Descrição:Membro de uma família genovesa de mercadores da qual alguns elementos, ao longo do século XVII, se estabeleceram em Lisboa, João Jerónimo teria sido um dos primeiros Ghersi a residir na capital portuguesa.
Por volta de 1647, já se encontrava em Lisboa, como cônsul da república de Génova. Quatro anos depois, a 16 de Abril de 1651, o seu nome era mencionado numa sessão da junta da irmandade de Nossa Senhora do Loreto, como tendo concedido 4 contos de réis para a reconstrução da igreja, destruída após um incêndio. Tal donativo foi atribuído em conjunto com Franco André Carrega e Nicolau Micon.
Em sociedade com estes dois mercadores, entrou para a Companhia Geral de Comércio com 1 200 mil réis. Pelo trespasso dessa quantia, os três passaram a receber um juro de 60 mil réis anuais, segundo o padrão passado a 1 de Novembro de 1664. Após a morte de Micon, João Jerónimo e Carrega doaram esse juro à irmandade de Nossa Senhora do Loreto.
Eram vários os negócios que mantinha com aqueles dois mercadores. Tal é particularmente visível através do testamento de Carrega. A sociedade mercantil que os três mantinham transaccionava uma vasta gama de mercadorias tal como açúcar, tabaco, sedas, pimenta e coral. Os negócios tinham uma lata abrangência espacial, indo desde os arquipélagos atlânticos até à Índia e Brasil, passando pelas principais cidades mercantis europeias como Génova, Veneza, Barcelona, Amesterdão, Londres, Hamburgo e Paris.
Jerónimo foi um dos Ghersi que, em 1669, receberam o príncipe Cosme de Médicis aquando da sua visita a Lisboa.
Pouco depois, teria regressado a Génova. Era lá que se encontrava em 1671, a tentar encontrar um perito em mármores para satisfazer uma encomenda efectuada pela igreja de Nossa Senhora do Loreto. Jerónimo mantinha correspondência com os provedores daquela igreja sobre o envio de elementos escultóricos para o adorno do edifício. Uma carta de 3 de Agosto de 1673, mencionava o pagamento efectuado a João Baptista Garvo pelos trabalhos desempenhados naquela igreja.
Em 1676, João Jerónimo ainda se encontrava em Génova.
Bibliografia
Estudos:António Portugal de Faria, Portugal e Itália, v. 2, Livorno, Tipographia Raffaello Giusti, 1898, p. 48.
Teresa Leonor Magalhães do Vale, Escultura Italiana em Portugal no Século XVII, Lisboa, Caleidoscópio, 2004, p. 58.


Fontes:ANTT, Chancelaria de D. Afonso VI, liv. 9, f. 66v.
Arquivo Paroquial de Nossa Senhora do Loreto, Livro das actas das sessões da junta da Irmandade da Igreja de Nossa Senhora do Loreto, 1651-1744.
Idem, “Treslado do Inventario e avaliação dos bens de Franco André Carrega, findo em 1680”, Caixa XII.