Projectos
Nome: | AIACCIO, Ângelo Maria de |
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Nascimento e morte: | m. Lisboa, fins de 1669 |
Descrição: | Capuchinho da província da Córsega, Ângelo Maria destacou-se nas missões africanas. A 15 de Junho de 1655, era nomeado para a segunda missão ao Benim. Ângelo chegou a Lisboa a 2 de Novembro daquele ano, acompanhado por mais doze missionários, entre os quais, João Francisco de Roma, António Maria Monteprandone e Gabriel de Velletri. Embora parte do grupo, inclusivamente João Francisco, o prefeito da missão, tenha sido obrigada a regressar a Roma, Ângelo Maria foi um dos poucos que puderam seguir para o continente africano. Em Setembro de 1656, chegava a S. Tomé, acompanhado pelos padres Bartolomeu de Florença, Rafael de Florença e Francisco Castrignano. Também seguia na expedição um comerciante genovês, João Baptista Borel, o qual alegava querer vir a ser frade. Ângelo Maria prosseguiu para Owerri, acompanhado por Bartolomeu de Florença e por Borel, onde foram bem acolhidos pelo rei, D. Domingos. Nos quatro anos seguintes, os capuchinhos percorreram aquele reino em actividade evangelizadora. Entre Julho e Agosto de 1660, Ângelo e Bartolomeu regressaram a S. Tomé. Porém, quando lá chegaram, os dois capuchinhos foram acusados de espionagem e aprisionados. O grande responsável pela prisão dos missionários foi João Baptista Borel. Ao regressar a S. Tomé, este levou consigo um mapa da barra de Owerri e algumas amostras das fazendas que eram ali vendidas. Ora, as autoridades portuguesas consideraram que tal era um acto de espionagem e viram em Ângelo Maria e em Bartolomeu de Florença os cúmplices do mercador genovês. Os capuchinhos passaram três meses na cadeia de S. Tomé. Foram depois conduzidos a Luanda, onde o vigário-geral fez com que partissem para Lisboa. Em Portugal, a Junta da Inconfidência decretou a sua inocência e, a 11 de Abril de 1662, por proposta do Conselho Ultramarino, D. Luísa de Gusmão passava uma provisão para que os dois capuchinhos pudessem regressar a S. Tomé. Como o padre Bartolomeu havia adoecido e regressado a Florença, Ângelo Maria pediu a Roma que enviasse outros companheiros. Embora a Congregação de Propaganda Fide tenha nomeado oito missionários, estes acabariam por nunca chegar a partir devido a obstáculos diplomáticos. Sozinho, Ângelo Maria regressou a S. Tomé, onde permaneceu até 1669. Voltou, então à Europa. Porém, acabaria por nunca chegar a Itália. Após aportar em Lisboa, achou-se doente e ficou internado no hospício dos capuchinhos franceses durante dois meses. Acabaria por falecer numa casa particular nas proximidades de Lisboa. |
Palavras-chave: | Religioso; Capuchinho; Missionário; ; Córsega; Benim; Lisboa; Roma; S. Tomé; Luanda; Florença; Itália; Owerri; Missões Africanas; João Francisco de Roma; António Maria Monteprandone; Gabriel de Velletri; Bartolomeu de Florença; Rafael de Florença; Francisco Castrignano; João Baptista Borel; Conselho Ultramarino; D. Luísa de Gusmão; Congregação de Propaganda Fide |
Bibliografia | |
Estudos: | Fidelis M. de Primerio, Capuchinhos em Terras de Santa Cruz nos séculos XVII, XVIII e XIX, S. Paulo, Livraria Martins, 1940, p. 119. João António Cavazzi de Montecúccolo, Descrição Histórica dos Três Reinos do Congo, Matamba e Angola. Tradução, notas e índices de Graziano Maria de Leguzzano, v. II, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1965, pp. 50-52, 378-379. |