Projectos
Nome: | COLOMBO, Bartolomeu |
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Outros nomes: | COLOMBO, Bartolomeo |
Nascimento e morte: | Génova, c. 1460 – Concepción, 1514 ou 1515 |
Descrição: | Filho de Domenico Colombo, tecelão, e de Susanna Fontanarossa, Bartolomeu era irmão de Bianchinetta, Giovanni Pellegrino, Jacopo (em Espanha, passou a chamar-se Diego) e Cristóvão Colombo. Em 1473, acompanhou a sua família quando esta se mudou de Génova para Savona. Possivelmente, ainda na sua juventude, teria sido iniciado na actividade paterna. Porém, foi na área da cartografia que Bartolomeu se destacou e foi como tal que chegou a Lisboa. Antonio Gallo propõe uma outra hipótese para o percurso profissional de Colombo, referindo que este se encontrava ainda a trabalhar com o pai quando embarcou para Lisboa e que a sua dedicação à cartografia teria surgido posteriormente. Desconhece-se a data exacta em que Bartolomeu Colombo chegou a Lisboa mas a bibliografia aponta para o período entre os anos de 1475 e 1480. Segundo Mendes do Rosário e Antonio Gallo, ele encontrava-se em Portugal ainda antes da chegada no irmão Cristóvão. Paolo Emilio Taviani, porém, considera essa hipótese pouco provável visto que, em 1476, Bartolomeu teria apenas 16 anos e, assim, nunca poderia ser um especialista em cartografia. Porém, a documentação aponta para que, em 1480, Bartolomeu já estivesse em Portugal. Em Lisboa, dedicou-se aos estudos cartográficos e náuticos e alguma bibliografia coloca a hipótese de ser sua a autoria da apostila ao Imago Mundi de Pierre d’Ailly. Bartolomeu colaborou de perto com o irmão na planificação e preparação da viagem de abertura de uma rota ocidental para o continente asiático. Perante a hesitação dos Reis Católicos, Cristóvão remeteu-o às cortes inglesa e francesa para despertar o interesse daqueles monarcas no seu projecto. Em 1488, Bartolomeu encontrava-se na corte de Henrique VII, a quem ofereceu um mapa-mundo da sua autoria. Porém, segundo narra o sobrinho Fernando Colombo, foi atribulada a sua chegada até Londres: após ter sido capturado por um grupo de corsários, passou por um período de miséria até chegar à corte inglesa. Por volta de 1490, dirigiu-se a França, onde apresentou o projecto do irmão a Carlos VIII, o qual não despertou o interesse do monarca, tendo apenas recebido algum apoio por parte da irmã, Ana de Beaujeu. Quando recebeu a notícia da descoberta do irmão, Bartolomeu já se encontrava em Espanha. Em 1494, acompanhou os sobrinhos Diego e Fernando a Sevilha e foi convidado pelo rei a comandar uma frota destinada a Hispaniola. Chegou àquela ilha a 24 de Junho desse mesmo ano. A sua nomeação de adelantado de Hispaniola, feita pelo irmão em 1496, suscitou a oposição de uma facção que considerava inadmissível um estrangeiro ocupar um cargo de tamanho relevo. No desempenho desse cargo, Bartolomeu mandou construir o forte de San Cristóbal e recebeu ordens de Cristóvão para erigir uma cidade portuária na foz do rio Ozama, onde iniciaria o comércio de escravos naquela região. Em 1502, voltava a partir numa nova expedição organizada pelo irmão. No final de Junho, chegavam a Martinica e S. João de Porto-Rico. Bartolomeu tomou nas suas mãos a exploração da ilha de Bonacca até 1504, altura em que regressou a Espanha. Após a morte de Cristóvão, em 1509, Bartolomeu voltou ao continente americano, então na companhia do sobrinho Diego. Porém, esta foi uma estadia mais curta do que as anteriores, tendo regressado logo a Espanha, onde lhe foi confirmada a propriedade da ilha de Mona, tal como das minas descobertas em Cuba. Bartolomeu regressou ao Novo Mundo em 1512, enviado a S. Domingos para comunicar as instruções da coroa ao sobrinho Diego. Embora, dois anos depois, lhe tivesse sido confiada a missão de fundar uma colónia na costa de Veragua, Bartolomeu teve de renunciar a essa empresa devido às suas condições de saúde. O seu testamento foi escrito alguns anos antes da sua morte, em 1509, tendo sido modificado a 30 de Agosto de 1511, deixando 100 mil maravedis à filha Maria, quantia que cresceria para 400 mil caso esta se viesse a casar. |
Bibliografia | |
Estudos: | Gaetano Ferro, “Cristoforo e Bartolomeo Colombo cartografi”, Cristoforo Colombo e l’apertura degli spazi: mostra storico-cartografica. Due mondi a confronto, 1492-1728. Direcção de Guglielmo Cavallo, vol. I, Roma, Istituto Poligrafico e Zecca dello Stato / Libreria dello Stato, 1992, pp. 381-399. Giovanni Nuti, “Colombo (Colón), Bartolomeo”, Dizionario Biografico degli Italiani, vol. 27, Roma, Istituto della Enciclopedia Italiana, 1982, pp. 160-168. Morais do Rosário, Genoveses na História de Portugal, Lisboa, [s.n.], 1977, p. 295. Paolo Emilio Taviani, “Alcuni aggiornamenti sulle vicende di Colombo in Portogallo”, Mare Liberum, n.º 2, 1991, pp. 156-157. Pierluigi Bragaglia, Os italianos nos Açores e na Madeira, das origens da colonização a 1583 (conquista espanhola da Terceira). Tese de Laurea em História Moderna na Universidade dos Estudos de Bologna – Faculdade de Ciências Políticas, Bolonha, 1992, exemplar policopiado, pp. 463-464. Prospero Peragallo, Cristoforo Colombo e la sua famiglia. Rivista Generale degli errori del Sig. E. Harrisse, Lisboa, Tipografia Portuense, 1888. |