Projectos

Nome:PASIO, Francisco
Outros nomes:Pa Fan-tsi Yong-lo
Nascimento e morte:Bolonha, 1553 ou 1554 – Macau, 30/8/1612
Descrição:A 24 de Outubro de 1572, Francisco Pasio entrava para a Companhia de Jesus na província de Roma. Logo no ano seguinte, começou a frequentar o curso de filosofia no Colégio Romano.
Em 1577, Pasio seguiu para Portugal. Estabeleceu-se em Coimbra, onde estudou teologia. Logo no ano seguinte, foi ordenado sacerdote, tendo celebrado missa nova na igreja de S. Roque a 12 de Março de 1578. Doze dias depois, seguiu em missão para a Índia. Pasio integrou um grupo de jesuítas, liderado por Duarte de Sande, do qual também faziam parte Rodolfo Aquaviva, Miguel Ruggieri, Nicolau Spinola e Mateus Ricci.
Em Setembro de 1578, os missionários já se encontravam em Goa. Foi ali que Pasio completou os seus estudos e recebeu o ofício de ministro no colégio de S. Paulo. Esteve na Índia durante quatro anos. Ao fim destes, em 1582, partiu para Malaca de onde seguiu para Macau, acompanhado por Mateus Ricci.
Pasio foi, assim, um dos fundadores da missão jesuíta na China. Entre 27 de Dezembro de 1582 e Março do ano seguinte, esteve em Tchao-k’ing, na companhia de Miguel Ruggieri, a convite do vice-rei Tsing-tsai.
Destacado para a missão no Japão, chegou a Nagasaki a 25 de Julho de 1583. Três anos depois, Pasio era já o superior da residência jesuíta em Sakai. Foi superior das missões de Bungo (desde 1588) e de Nagasaki (1591) e, entre 1600 e 1611, exerceu funções de vice-provincial do Japão. Nesse mesmo ano de 1611, foi nomeado visitador das missões do Japão e da China. Foi, então, que abandonou o Japão para seguir em visita aos postos missionários jesuítas no império chinês.
Nesse seu último ano de vida, era publicada em Roma, na oficina de Bartolomeu Zannetti, uma Relationi della gloriosa morte di nove Christiani Giaponesi, Martirizati per la Fede Cattolica ne i Regni di Fingo, Sassuma, e Firando, da autoria de Pasio. Também em 1611, o jesuíta redigiu as Obediencias do P. A. Valignano, Vizitador da Província do Japão e China revistas e concertadas pello P. F. Pasio, Visitador da mesma Provincia, para instrução dos Reitores, nas quais fez uma revisão do trabalho desempenhado por Alexandre Valignano, enquanto visitador, propondo algumas reformas. As divergências entre Pasio e Valignano encontram-se patentes em alguma correspondência do jesuíta. Já anos antes, a 30 de Janeiro de 1596, havia escrito uma carta na qual criticava a precipitação de Valignano na ordenação de sacerdotes japoneses. Afinal, este propusera a fazer dez ordenações por ano, quando, como Pasio sublinha, na generalidade dos casos, os jesuítas eram ordenados só após um longo período de maturação da fé. Segundo o jesuíta bolonhês, não se deveria barrar o sacerdócio aos japoneses mas, dadas as dúvidas sobre a sua lealdade, tal não deveria acontecer logo depois destes terem terminado os seus estudos. Pasio voltou a entrar em confronto com Valignano alguns anos mais tarde, em 1603, quando este ordenou a tomada de algumas medidas drásticas, como o encerramento de seminários e da imprensa, na sequência da nau que levava os mantimentos para a missão jesuíta se ter perdido. Sem tomar tais medidas, Pasio conseguiu solucionar o problema.
Foi em Macau, como visitador e sem a oportunidade de regressar ao Japão, onde passou grande parte da sua vida de missionário, que Francisco Pasio faleceu.
Bibliografia
Estudos:Carlos Sommervogel, Bibliotéque de la Compagnie de Jésus, tomo VI, Bruxelas, Oscar Schepens, 1895, cc. 327-329
Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus na Assistência de Portugal, tomo II, vol. II, Porto, Livraria do Apostolado da Imprensa, 1938, pp. 458-459.
Jesús López-Gay, “Pasio (Passio), Francesco”, Diccionário Histórico de la Compañia de Jesús. Biográfico-Temático, v. III, Madrid, Universidad Pontificia Comillas, 2001, pp. 3052-3053.
Idem, “Father Francesco Pasio (1554-1612) and his ideas about the sacerdotal training of the Japanese”, Bulletin of Portuguese-Japanese Studies, vol. 3, Dezembro 2001, pp. 27-42.
Joseph Dehergne, Répertoire des jésuites de Chine de 1552 à 1800, Roma, Institutum Historicum, 1973, p. 196.
Louis Pfister, Notices biographiques et bibliographiques sur les jésuites de l’ancienne mission de Chine 1552-1773, 2ª edição, tomo I, Nendeln/Liechtenstein, Kraus-Thomson Organization, 1971, pp. 21-22.