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Biografias

Grace Nathan Seixas

Nome:Grace Nathan Seixas
Nascimento e morte:Stratford 24/11/1752 - Filadélfia 8/11/1831
Descrição:Pouco sabemos sobre a infância e juventude de Grace Nathan Seixas, mas provavelmente ela terá acompanhado o pai no percurso entre Nova Iorque, Newport, Stratford e Filadélfia, onde já se encontraria em 1779. No ano seguinte, a 29 de Agosto, Grace casou com Simon Nathan, de quem viria a ter um único filho, Isaac Mendes Seixas Nathan, nascido em 1785.
Não obstante a sua condição feminina, Grace desempenhou um papel público activo na sociedade e abraçou várias causas. Dois anos após o seu casamento, em 1782, Grace surgia ao lado de Rebecca Machado Phillips a tentar angariar fundos para a compra de objectos rituais para a recém-fundada sinagoga Mikveh Israel.
Com o fim da guerra, Grace e a família regressaram a Nova Iorque. Durante muitos anos, o casal viveu no número 27 da Water Street, perto da Broad Street.
O seu amor às belas-letras e o seu talento literário encontram-se patentes na profícua correspondência que Grace trocava com a família, em particular com a sobrinha Sarah Abigail Seixas, filha do irmão Gershom e esposa de Israel Bear Kursheedt. Aos bons conhecimentos de Francês e Espanhol, juntava-se a leitura dos poetas românticos, em particular de Lord Byron. Grace deixou igualmente testemunho da sua veia poética. Uma série de poemas não publicados conservam-se ainda hoje no acervo da American Jewish Historical Society. A temática circunscrevia-se essencialmente à vida familiar e religiosa e ao sentimento patriótico. Exemplar é o poema “Reflections on Passing Our New Burial Ground”, escrito por ocasião da inauguração do novo cemitério judaico da congregação Shearith Israel em 1829.
Segundo Howard Rock, as cartas e a poesia de Grace revelam bem o dia-a-dia das mulheres judias nos primeiros anos da Nova Iorque republicana: os sólidos laços à congregação, por sua vez composta por uma rede de amigos e parentes, e o quotidiano centrado no ritual e calendário judaico. Se, por um lado, os escritos de Grace mostram como as mulheres judias eram capazes de manter uma certa independência, tomando conhecimento e tendo uma posição sobre os assuntos políticos e sociais, por outro, também exprimem os limites colocados a uma mulher que, detentora de uma excelente educação e intelecto e versada na literatura contemporânea, não conseguiu, e possivelmente nem chegou a desejar, seguir uma carreira literária fora do seu círculo familiar. Diferente seria o destino de algumas das suas descendentes, mulheres que se destacaram publicamente pelo seu talento literário, como as bisnetas Josephine e Emma Lazarus, ou a trineta Emily Solis-Cohen.


Bibliografia
Estudos:Aviva Ben-Ur, “The Exceptional and the Mundane: A Biographical Portrait of Rebecca (Machado) Phillips, 1746-1831”, Textures and Meaning: Thirty Years of Judaic Studies at the University of Massachusetts Amherst. Ed. L. Ehrlich et al., Massachusetts, University of Massachusetts Amherst, 2004, pp. 380-381.
David de Sola Pool, Portraits etched in stone. Early jewish settlers 1682-1831, Nova Iorque, Columbia University Press, 1952, p. 212.
Holly Snyder, “Grace Seixas Nathan”, Jewish Women: A Comprehensive Historical Encyclopedia. 20 March 2009. Jewish Women's Archive in http://jwa.org/encyclopedia/article/seixas-nathan-grace.</em>
Howard B. Rock, City of Promises. A History of the Jews of New York, vol. 1: Haven of Liberty. New York Jews in the New World, 1654-1865, New York, New York University Press, 2012, pp. 132-134.
Kenneth Libo e Abigail Kursheedt Hoffman, The Seixas-Kursheedts and the Rise of Early American Jewry, New York, Bloch Publishing Company, 2001, pp. 39-42.
Malcolm Stern, First American Jewish Families: 600 Genealogies, 1654-1988, Baltimore, Ottenheimer Publishers, 1991, pp. 226, 263.
N. Taylor Phillips, “The Levy and Seixas Families of Newport and New York”, Publications of the American Jewish Historical Society (1893-1961), n.º 4, 1896, p. 212.



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