Projectos
Nome: | ALBERGATI, Antonio |
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Nascimento e morte: | Bolonha, 16/9/1566 – Roma, 13 ou 14/1/1634 |
Descrição: | Filho de Fabio Albergati e de Flaminia Bentivoglio, António doutorou-se em Direito Civil e Canónico em 1586. Nove anos mais tarde, era chamado a Milão pelo cardeal Federico Borromeo. Como vigário daquela diocese, em 1602, encontrava-se a representar Borromeo na querela jurisdicional com o governo espanhol da Lombardia. Nesse mesmo ano, Albergati era o presidente da congregação dos procuradores eleitos do clero milanês para o processo de canonização de Carlos Borromeo. A 3 de Agosto de 1609, foi eleito bispo de Bisceglie. Albergati iniciou a sua carreira de núncio apostólico em Colónia, para onde foi enviado em 1610. Nesta cidade, instituiu uma igreja de capuchinhos, um seminário e, em 1618, assistiu ao lançamento da primeira pedra da igreja jesuíta de Maria SS. Asunta. Mas a principal acção desempenhada por Albergati prendeu-se com a restauração do catolicismo na Alemanha. Em 1614, emanou uma Instructio et decreta generalia pro pastoribus civitatis et dioecesis Leodiensis, destinada à diocese de Liege. Ainda antes de terminada a sua nunciatura, em 1621, endereçou a Gregório XV uma relação na qual sintetizava a situação em que ficava o catolicismo naquele território, De Germanicae ecclesiae infirmitate ac medela... considerationes viginti. Nesse ano, a 15 de Setembro, Albergati foi enviado como colector apostólico para Portugal. Em 1622, era responsável pela edição dos Decreta pro tribunali apostolico Ulyssiponensi. Albergati destacou-se no trabalho que desempenhou em assuntos respeitantes à evangelização da África portuguesa. Constituiu o bispo de São Tomé, visitador apostólico aos reinos de Angola, Congo, Cabo Verde, Serra Leoa e ilha de S. Lourenço. Este era acompanhado por outros ministros da Inquisição, na tentativa de expiar a proliferação de judaizantes naquela região. Encarregue de recolher informações sobre a situação das missões nos territórios ultramarinos portugueses, Albergati redigiu uma série de relações que, actualmente, se encontram arquivadas na Biblioteca Corsiana, em Roma. Estas acções de Albergati embora tenham levado a consequências desejadas, como foi o interesse do rei de Angola em receber o baptismo, testemunhado numa carta do colector ao papa, a 30 de Dezembro de 1623, também causaram alguns confrontos de interesses com outros elementos da hierarquia religiosa. Face à atitude tomada para com os missionários em África, entrou em querela com o bispo de Angola. Em 1624, Albergati era chamado à corte de Madrid como núncio extraordinário. Abandonou Portugal sem conseguir resolver a questão da colecta dos benefícios eclesiásticos mas deixando instruções ao seu sucessor para tal. A nunciatura em Madrid foi muito curta e, ainda no decorrer do ano de 1624, Albergati regressava a Itália, mais exactamente à sua diocese de Bisceglie. Em 1627, foi nomeado coadjutor do cardeal Ludovico Ludovisi, arcebispo de Bolonha, cargo que ocupou até à morte deste. A sua actividade literária também foi digna de registo. Em 1627, editava a obra Le Morali em Bolonha. No ano seguinte, saía na mesma cidade a sua obra Tre libri della guida spirituale. |
Palavras-chave: | Doutor em Direito; Vigário; Procurador; Bispo; Núncio; Editor; Coadjutor ; Milão; Lombardia; Bisceglie; Colónia; Alemanha; Liege; São Tomé; Angola; Congo; Cabo Verde; Serra Leoa; S. Lourenço; Roma; Madrid; Bolonha; Alemanha ; Fabio Albergati; Flaminia Bentivoglio; Federico Borromeo; Carlos Borromeo; Catolicismo; Gregório XV; Instructio et decreta generalia pro pastoribus civitatis et dioecesis Leodiensis; De Germanicae ecclesiae infirmitate ac medela... considerationes viginti; Decreta pro tribunali apostolico Ulyssiponensi; Biblioteca Corsiana; Ludovico Ludovisi; Le Morali; Tre libri della guida spirituale |
Bibliografia | |
Estudos: | Mario Rosa, “Albergati, Antonio”, Dizionario Biografico degli italiani, vol. 1, Roma, Istituto della Enciclopedia Italiana, 1960, pp. 615-617. Samuel Rodrigues, “Legados pontifícios”, Dicionário de História Religiosa de Portugal. Direcção de Carlos Moreira Azevedo, vol. II, Lisboa, Círculo de Leitores, 2001, p. 290. |
Fontes: | Corpo Diplomatico Portuguez contendo os actos e relações politicas e diplomaticas de Portugal com as diversas potencias do mundo desde o seculo XVI até aos nossos dias, tomo XII, Lisboa, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1902, pp. 227-244. |