Projectos
Nome: | BARDI, Jácome de |
---|---|
Outros nomes: | BARDI, Giacomo di |
Nascimento e morte: | Séc. XVI |
Descrição: | Oriundo de uma família notável de Florença, oriunda do bairro de Santa Croce, em cuja igreja possuíam várias capelas, Jácome era um mercador que se encontrava presente em Lisboa desde, pelo menos, os anos 40 do século XVI. Afinal, em 1543, o seu nome era mencionado na lista das entregas de ouro da Casa da Moeda, com um montante de 53 marcos. Nos anos de 1551 a 1554, Jácome integrou a confraria da igreja de Nossa Senhora do Loreto. Quando a capela-mor da igreja foi conferida a Lucas Giraldi, Bardi era reformador da dita confraria. Em Lisboa, Bardi operava associado aos irmãos Giraldi, sendo feitor de Lucas e sócio de Nicolau Giraldi. A 25 de Janeiro de 1563, recebia um padrão sobre um juro no valor de 14 mil réis, o qual comprara a Diogo de Castro. Esse juro provinha de um empréstimo concedido à Fazenda Real, destinado às despesas das armadas da Índia. Um outro registo refere que Bardi, em 1566, usufruía de um outro juro no valor de 137 546 réis. Uma carta de 10 de Janeiro de 1569, mencionava-o relativamente a uma letra de câmbio no valor de quatrocentos ducados sobre o tesoureiro da Casa da Índia, a qual tinha a receber em sociedade com Nicolau Giraldi. Além da área financeira, Bardi também se encontrava activo no negócio de mercadorias oriundas do comércio no Oriente. Em 1570, através da intervenção do grão-duque Francisco I, obtinha um privilégio para a venda de pimenta para a Toscânia. Seis anos depois, participou de um contrato, com prazo de cinco anos, sobre as especiarias do Oriente, ao lado de Diogo de Castro, de Giovanni Battista Rovellasco, de Konrad Rott e dos Walser. Por essa altura, Bardi encontrava-se já em Sevilha. Aliás, durante as décadas de 60 e 70 do século XVI, Bardi alternou a sua estadia entre Lisboa e a Andaluzia. Foi na cidade andaluz que fundou, em sociedade com Hipólito Affaitati, uma companhia para a venda de panos. Em 1582, era passado um padrão de juro em seu nome, no valor de 48 593 réis de juro, o qual comprara a Catarina de Salinas, viúva de Jerónimo de S. Martim. Um Giacomo Bardi (o biografado ou simplesmente um homónimo) residia no Porto no final do século XVI com o seu filho Luigi Bardi. Luigi, em 1609, partia para a Índia como comandante da nau S. Boaventura. |
Bibliografia | |
Estudos: | Carlos Passos, Relações Históricas Luso-Italianas. Separata de Anais da Academia Portuguesa da História, Lisboa, 1956, p. 155. Consuelo Varela, Colon y los Florentinos, Madrid, Alianza Editorial, 1988, p. 107. Luísa D’Arienzo, La presenza degli italiani in Portogallo al tempo di Colombo, Roma, Istituto Poligrafico e Zecca dello Stato / Libreria dello Stato, 2003, pp. 781-782. Nunziatella Alessandrini, “A comunidade florentina em Lisboa (1481-1557), Clio, nova série – 9, segundo semestre de 2003, p. 85. Prospero Peragallo, Cenni intorno alla colonia italiana in Portogallo nei secoli XIV, XV e XVI, Genova, Stabilimento Tipografico Ved. Papini e Figli, 1907, pp. 37-38. Virgínia Rau, “Os mercadores-banqueiros estrangeiros em Portugal no tempo de D. João III (1521-1557)”, Estudos sobre a História Económica e Social do Antigo Regime, Lisboa, Presença, 1984, p. 75. |
Fontes: | ANTT, Chancelaria de D. Sebastião e D. Henrique - Doações, Ofícios e Mercês, liv. 11, fls. 124-126; liv. 17, fl. 222; liv. 32, fl. 73. |