Projectos

Nome:CACENA, André
Outros nomes:CASSANA, Andrea / CASSANA, Antonio Andrea
Nascimento e morte:m. Angra do Heroísmo, antes de 1538
Descrição:Membro de uma família abastada mas de origem popular, originária da Ligúria, estabelecida na Península Ibérica desde o início do século XV, André era, provavelmente, filho de Bartolomeu Cacena e irmão de Lucas e Francisco Cacena. Porém, na bibliografia também surge a hipótese dele ser primo destes dois últimos.
Em 1484, André residia em Sevilha, onde se encontrava associado ao Adelantado mayor de Andalucia. Porém, por essa altura, já efectuava viagens comerciais aos arquipélagos atlânticos portugueses, operando como um elo de ligação entre as filiais da família de Sevilha e dos Açores.
Porém, em 1490, apesar de manter a residência na cidade andaluz, André começou a focar o seu interesse nos Açores, onde acabaria por se estabelecer nos últimos anos da sua vida. Nesse mesmo ano, D. Manuel, ainda duque de Beja, concedeu-lhe o monopólio da exploração do pastel na ilha Terceira. Aliás, conhece-se uma transacção de André, em 1494, relativa a seiscentos quintais de pastel da Terceira destinados a Sevilha.
A prosperidade dos seus negócios em Portugal levou a que, a 18 de Março de 1490, obtivesse um salvo-conduto de D. João II, com validade de seis anos, para poder comerciar em todo o país e praças norte-africanas.
André mantinha negócios com os irmãos Cosme e Francisco de Riberol (Rivarolo), os quais eram também seus parentes. Em conjunto com Oberto di Negro, colaborou regularmente com a firma destes, em Sevilha. Entre 1490 e 1497, Cacena assinou três contratos relativos à fábrica de sabão de Triana dos irmãos Riberol. Além do mais, a partir de 1493, participou numa sociedade com Jacome Riberol (sobrinho de Cosme e Francisco), a qual integrava a rede dos Soprani. Os dois transportavam, por terra, mercadorias até Valladolid, Medina del Campo ou Toledo.
No início do século XVI, estabeleceu-se definitivamente na ilha Terceira. A 24 de Janeiro de 1506, em S. Miguel, Antonio Spinola negociava, em seu nome, a compra de umas terras nas Quatro Ribeiras.
Lucas de Cacena deixou, em testamento, mil cruzados às cinco filhas de André, então já falecido. Entre as suas filhas, destacam-se Simoa Cacena, casada com Pero Sequeira, e Maria Cacena, esposa de Domingos Vieira.
Bibliografia
Estudos:Manuela Mendonça de Matos Fernandes, “Alguns aspectos das relações entre Portugal e as Repúblicas Italianas no último quartel do século XV”, Portugaliae Historica, 2ª série, vol. I, 1991, p. 43.
Morais do Rosário, Genoveses na História de Portugal, Lisboa, [s.n.], 1977, p. 293.
Pierluigi Bragaglia, Lucas e os Cacenas. Mercadores e Navegadores de Génova na Terceira (Sécs. XV-XVI), Angra do Heroísmo, Direcção Regional dos Assuntos Culturais / Secretaria Regional da Educação e Cultura, 1994.

Fontes:ANTT, Chancelaria de D. João II, liv. 12, fl. 37.