Projectos

Nome:CICERI, Alexandre
Outros nomes:CICERI, Alessandro / Lo Li-shan / Teng-yung
Nascimento e morte:Como, 29/5/1639 – Nanquim, 22/12/1703
Descrição:Oriundo de uma família decurional que obteve o título comitale em 1672, Alexadre Ciceri era filho de Gian Angelo e de Delia Orchi. Assim, tinha laços parentais com o papa Inocêncio XI.
A 18 de Outubro de 1655, Ciceri entrava para a Companhia de Jesus em Chieri. Passados seis anos, pedia para ser enviado para terra de missão, sem obter uma resposta imediata do geral jesuíta. Em 1669, era ordenado sacerdote e, a 15 de Agosto de 1672, recebia os últimos votos em Como.
Apenas em 1672 é que Ciceri obteve uma resposta positiva à sua vontade de partir em missão. Acabou por ser destacado para o Japão.
A 2 de Abril de 1674, partia de Lisboa rumo a Goa. Em Abril de 1677, já se encontrava em Macau, a aprender a língua chinesa. Servia, então, como assistente do superior da residência dos jesuítas em Cantão.
Passados alguns anos, em 1682, Ciceri regressou à Índia como visitador das províncias de Goa e do Malabar. Três anos depois, estava de volta à Europa, chamado a Roma como procurador da vice-província da China. Em Novembro de 1685, já se encontrava em Lisboa. Segundo Serafim Leite, durante este período, o jesuíta também passou pelo Brasil.
Alguns meses após o seu regresso a Macau, a 17 de Janeiro de 1692, Ciceri era recebido em audiência pelo imperador chinês, K’ang-hsi, tal como o jesuíta português Manuel Osório. O fim daquela reunião era o debate da liberdade de pregação da religião cristã na China. Embora o imperador tenha aceite a proposta dos jesuítas, exigiu que a negociação do tratado, que viria a ficar concluída a 22 de Março de 1692, fosse conduzido por Tomé Pereira, ao tempo residente em Pequim.
Em Pequim, Ciceri foi nomeado superior de Dongtang, com poder de vice-provincial. Permaneceu na capital chinesa até 10 de Outubro de 1695. Naquela data, partia para Macau com o fim de ser confirmado bispo de Nanquim, cargo para o qual fora nomeado a 3 de Outubro de 1693. Tomou posse da diocese a 26 de Junho de 1696. Enquanto bispo, Ciceri viu-se envolvido na controvérsia da adopção dos rituais chineses e chegou mesmo a ser destacado para ir a Roma justificar os métodos jesuíticos. Porém, acabou por recusar essa missão.
A 20 de Setembro de 1699, recebia a bula papal que o nomeava bispo de Pequim, tendo deixado Nanquim a 25 de Junho do ano seguinte. Porém, Ciceri acabou por falecer em Nanquim. O seu corpo foi enterrado no cemitério de Yuhua-t’ai.
Bibliografia
Estudos:Giuliano Bertuccioli, “Ciceri, Alessandro”, Dizionario Biografico degli Italiani, v. 25, Roma, Istituto della Enciclopedia Italiana, 1981, pp. 381-383.
John W. Witek, “Ciceri, Alessandro”, Diccionario Histórico de la Compañia de Jesús. Biográfico-Temático, vol. I, Madrid, Universidad Pontificia Comillas, 2001, p. 783.
Joseph Dehergne, Répertoire des jésuites de Chine de 1552 à 1800, Roma, Institutum Historicum, 1973, p. 55.
Serafim Leite, História da Companhia de Jesus no Brasil, tomo VIII, Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1949, p 160.