Projectos
Nome: | CINNAMI, Leonardo |
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Outros nomes: | CINNAMO, Leonardo |
Nascimento e morte: | Nola ?, 1609 – Xirangapatana (Índia), 27/2/1676 |
Descrição: | A 13 de Outubro de 1623, Leonardo Cinnami entrava para a Companhia de Jesus na província de Nápoles. Em Massa Lubrense, fez os seus estudos clássicos e, no Collegium Maximum, em Nápoles, estudou filosofia. Entre 1630 e 1632, foi mestre de gramática e humanidades em Capua e depois, até 1634, em Nápoles. Estudou teologia, também em Nápoles entre 1638 e 1640. Cinnami desempenhou ainda as funções de admonitor do reitor e confessor dos alunos no Colégio dos Nobres, naquela mesma cidade, entre os anos de 1640 e 1644. A 1 de Janeiro de 1643, professava os seus votos. Leonardo, desde cedo, mostrou interesse em partir em missão para a Índia. Pouco depois de ter entrado na Companhia de Jesus, a 23 de Janeiro de 1624, já o havia pedido ao geral Mucio Vitelleschi. Apenas duas décadas depois é que veria realizado esse seu desejo. A 12 de Abril de 1644, partia de Lisboa para Goa, acompanhado por Inácio Arcamone. Quando chegou à Índia, Cinnami foi destacado para uma paróquia em Salsete. Mas foi no reino do Mysore que o jesuíta centrou a sua actividade missionária. Trabalhou naquela região durante 24 anos, tendo enfrentado, sobretudo ao início, a resistência local à sua obra evangelizadora. O jesuíta identificou as principais causas desse entrave: a identificação dos jesuítas com as autoridades portuguesas. Assim, optou por uma aproximação à cultura indiana, passando a envergar as vestes de um sannyasi, abstendo-se do consumo de carne e vinho e aprendendo kannada (língua de Karnataka, região sudoeste da Índia). Cinnami centrou a sua missão em Xirangapatana (Karnataka), embora também tenha passado por Ajipuram, Bassuapura, Navalpatti, Sambali, Challapandi e Martali. A primeira residência jesuíta no Mysore foi construída em Ramaputra mas, em 1664, já existiam mais cinco residências: Xirangapatana, Cancacanali, Martali, Xolapandi e Darmapara. Cinnami teve, como companheiro de missão, frei Manuel Martins, o qual havia já trabalhado na missão de Madura e sido instruído por Roberto de Nobili. A missão do Mysore tornou-se numa das mais prósperas da Índia. Segundo Cinnami, eram três os aspectos que ditaram o seu êxito: a sua grande pobreza e austeridade, com o modo de vida dos sannyasi como modelo, a grande conversão de almas e a esperança do martírio. Foi na residência de Nossa Senhora Imaculada, em Xirangapatana, que Cinnami faleceu, ficando a direcção da residência entregue a frei Duarte de Almeida. Foram várias as obras deixadas por este jesuíta napolitano. Em kannada, escreveu um catecismo (Lingua Canarica Malabrica), um livro de santos, um curso de apologética e uma “Refutação dos erros e superstições correntes em Mysore”. Dos dados que recolheu durante a sua actividade missionária na sua região, Cinnami redigiu uma Istoria del Canarà, a qual esteve inédita até 1980, quando foi publicada por J. Wicki em Aufsätze portugies. Kulturgeschichte. Ainda em vida, Cinnami viu publicadas as suas obras: Vita e morte del P. M. Mastrilli, Viterbo, 1645; Saggi di liriche e musicali poesie, Nápoles, 1670; e Orationes e praelectiones, Nápoles, 1671. |
Bibliografia | |
Estudos: | Diago D’Souza, “Cinnami (Cinnamo), Leonardo”, Diccionario Historico de la Compañia de Jesus, vol. I, Madird, Universidad Pontificia Comillas, 2001, pp. 521-522. D. Ferroli, The Jesuits in Mysore, Kozhikode, Xavier Press, 1955, pp. 1-88. |