Projectos
Nome: | CONFALONIERI, Giovanni Battista |
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Nascimento e morte: | Roma, 1561 – Roma, 29/10/1648 |
Descrição: | Filho de Filippo Confalonieri e de Francesca Emilia, Giovanni Battista nasceu numa família nobre de origem milanesa. Estudou no Colégio Romano e doutorou-se em filosofia e teologia. No início da década de 90, encontrava-se em Velletri, como secretário do cardeal Alfonso Gesualdo. A 21 de Junho de 1592, era eleito visitador, secretário e juíz do sínodo da catedral de Velletri. No decorrer desse mesmo ano, quando Fabio Biondi foi nomeado colector apostólico em Portugal, Confalonieri acompanhou-o como seu secretário. Em Abril e Maio de 1594, empreendeu, na companhia de Biondi, uma peregrinação a Santiago de Compostela. Sobre esta viagem, escreveu uma memória na qual narrou com pormenor o itinerário entre Lisboa e o santuário galego, tecendo algumas observações sobre as cidades pelas quais passou. Os dois peregrinos regressaram a Portugal, onde permaneceram até ao final de 1596, quando Biondi foi substituído nas suas funções de colector. Sobre a sua experiência no reino português, Confalonieri escreveu uma Memoria di alcune cose notabili occorse nel viaggio fatto da me Giovanni Battista Confalonieri, sacerdote romano, da Roma in Portogallo. Na sua obra Della Grandezza e Magnificenza della Città di Lisbona, redigida em 1593, apresentou uma completa descrição da cidade de Lisboa, abordando aspectos como as condições naturais, a religião, a justiça, as actividades económicas, o poder político, a demografia e os costumes dos lisboetas. Entre 1597 e 1600, Confalonieri esteve em Espanha, como secretário do núncio Camillo Caetani. Após ter regressado a Roma, voltou também ao serviço do cardeal Gesualdo. Porém, foi por um curto espaço de tempo e, ainda no final de 1600, quando o cardeal foi para Nápoles, Confalonieri renunciou aos cargos de cónego de Velletri e secretário do cardeal. Em 1601, voltou a desempenhar funções como secretário de Fábio Biondi, então nomeado mordomo e prefeito do palácio de Clemente VIII. Depois da morte de Biondi, Confalonieri passou ao serviço do cardeal Lanfranco. Até ao final da sua vida, viria ainda a desempenhar cargos de alta responsabilidade em Roma. Em 1624, foi nomeado decano dos três visitadores do mosteiro de Santa Susana e, dois anos depois, era prefeito do Arquivo do Castelo Santo Ângelo, onde afirmou os seus dotes de erudito. Consultor da Congregação das Fronteiras do Estado da Igreja, em 1629, Confalonieri escreveu uma Relazione sulle carte di Benevento conservate nell’archivio di Castello, apresentando, assim, um elenco de todas as cartas que referiam as fronteiras antigas e recentes de Roma e dos estados pontifícios. Porém, Confalonieri não havia abandonado o seu interesse por Portugal. Pelo contrário, aproveitou o seu trabalho de arquivista para compilar algumas memórias enviadas pelo papa a personalidades portuguesas, cópias de breves sobre Portugal, relatórios sobre bispos, governadores ou oficiais do reino, entre outros documentos. Em 1638, vítima de uma apoplexia, deixou de falar. Tal limitou a sua actividade nos últimos dez anos da sua vida. Ao morrer, deixou um fundo documental pessoal composto por 89 volumes. |
Bibliografia | |
Estudos: | Anna Foa, “Confalonieri, Giovanni Battista”, Dizionario Biografico degli Italiani, vol. 27, Roma, Istituto della Enciclopedia Italiana, 1982, pp. 778-782 Arturo Farinelli, Viajes por España y Portugal desde la Edad Media hasta el siglo XX, tomo I, Roma, Reale Accademia d’Italia, 1942, pp. 328-330. Bartolomè de Villalba y Estaña (introdução), Por terras de Portugal no século XVI, Lisboa, CNCDP, 2002. |