Projectos
Nome: | DORIA, Luís |
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Outros nomes: | DORIA, Luigi |
Nascimento e morte: | Sécs. XV-XVI |
Descrição: | Patrício genovês, Luís encontrava-se estabelecido na ilha da Madeira desde, pelo menos, 1480. Antes disso, teria ainda residido durante algum tempo em Lisboa. Entre 1516 e 1518, Doria foi rendeiro das miunças do Funchal. Enquanto tal, a 22 de Dezembro de 1518, declarava que o recebedor João Saraiva lhe havia descontado 12 400 réis que Rafael Catanho lhe devia. Luís Doria era proprietário de uma casa em Santana em 1523. A 10 de Dezembro daquele ano, despachava 25 caixas de açúcar branco no navio de que era mestre João Gonçalves. Em 1530, Luís aparece como um dos maiores produtores de açúcar da Madeira. Possuía, então, um engenho em Porto da Cruz. Naquele ano, Doria produzira 170 arrobas de açúcar branco, 30 de açúcar meles e 30 de escumas. Dessa produção, transaccionou cinco arrobas de açúcar branco para Pedro Anes e de duas arrobas para Manuel Homem, no Funchal. Porém, a área de negócios de Doria não se limitava ao arquipélago madeirense. Em sociedade com João e António Doria, possivelmente seus parentes, e com Urbano Lomellino, dedicava-se igualmente à exportação de açúcar para os portos italianos. Em 1535, Luís participou na protecção da vila de Santa Cruz do Cabo de Gué, numa expedição comandada por Gonçalves da Câmara, capitão do Funchal, formada por seis embarcações e por seiscentos homens. Pelos serviços prestados à coroa portuguesa, Luís recebeu brasão de armas, constituído por um escudo cortado ao meio, sendo a parte de cima dourada e a de baixo prateada, com uma águia negra imperial, coroada e armada de vermelho, e, como timbre, a mesma águia. O título de nobreza passou para os seus dois filhos: Luís Doria e Leonor, que se casou com Rui Gonçalves de Veloso, escudeiro do infante D. Henrique. |
Bibliografia | |
Estudos: | Afonso Eduardo Martins Zúquete, Armorial Lusitano. Genealogia e Heráldica, Lisboa, Representações Zairol, 1961, pp. 191-192. Fernando Jasmins Pereira, “Estrangeiros na Madeira entre 1500 e 1537”, Estudos sobre a História da Madeira, Funchal, Centro de Estudos de História do Atlântico / Secretaria Regional do Turismo, Cultura e Emigração, 1991, p. 396. Luisa D’Arienzo, La presenza degli italiani in Portogallo al tempo di Colombo, Roma, Istituto Poligrafico e Zecca dello Stato / Libreria dello Stato, 2003, pp. 788-789. Morais do Rosário, Genoveses na História de Portugal, Lisboa, [s.n.], 1977, p. 299. Pierluigi Bragaglia, Os italianos nos Açores e na Madeira, das origens da colonização a 1583 (conquista espanhola da Terceira). Tese de Laurea em História Moderna na Universidade dos Estudos de Bologna – Faculdade de Ciências Políticas, Bolonha, 1992, exemplar policopiado, pp. 391-393. Prospero Peragallo, Cenni intorno alla colonia italiana in Portogallo nei secoli XIV, XV e XVI, Genova, Stabilimento Tipografico Ved. Papini e Figli, 1907, pp. 69-70. |
Fontes: | ANTT, Corpo Cronológico, parte II, maço 78, n.º 156. Fernando Jasmins Pereira e José Pereira da Costa (prefácio, leitura e notas), Livros de Contas da Ilha da Madeira 1504-1537, vol. I, Coimbra, Biblioteca Geral da Universidade, 1985, pp. 93, 162, 168, 175. Idem, Ibidem, vol. II, Coimbra, Secretaria Regional do Turismo, Cultura e Emigração / Centro de Estudos de História do Atlântico, 1989, pp. 33, 48, 59, 68. |