Projectos
Nome: | PANCALDO, Leone |
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Nascimento e morte: | Savona, 1488 ou 1490 – ao largo do rio da Prata, 1535 |
Descrição: | Filho de um tecelão, Manfrino Pancaldo, Leone estabeleceu-se na Andaluzia, onde se notabilizou como um experiente navegador. A sua presença em Portugal teria sido apenas temporária mas foram vários os contactos que manteve com o reino, sobretudo numa fase final da sua vida. Em 1521, quando participava da expedição de Fernão de Magalhães, a bordo da caravela Trinidad, foi aprisionado pelas tropas portuguesas nas Molucas. Estas conduziram-no até à Índia, para o apresentarem perante o governador. Quando se encontravam em Cochim, Pancaldo conseguiu embarcar secretamente na companhia de um conterrâneo, Giovanni Battista, numa das naus que seguiam para Portugal. A embarcação parou em Moçambique, de onde, a 25 de Outubro de 1525, endereçou uma petição a Carlos V para que este o livrasse do cativeiro. Segundo Roberto Almagia, teria sido no decorrer desta viagem que Pancaldo passou por Lisboa, cidade onde se encontraria em 1526. Porém, a ter acontecido, foi uma curta estadia visto que, no ano seguinte, já se encontrava em Valladolid, de onde seguiu para Savona. Em 1531, Pancaldo foi chamado a Paris para colaborar na preparação de uma viagem de contrabando às Molucas. Ao saber disso, D. João III enviou Gaspar Palha àquela cidade para o convencer a não participar dessa expedição. Outra das intenções do monarca português passava por o persuadir a se estabelecer em Portugal, de modo a que pudesse melhor controlar as suas acções, tal como o disse numa carta a D. António de Ataíde, embaixador português em França, a 27 de Junho de 1531: “folgaria de Leon Pançado se vyr pera meus rreinos, por maior seguridade do que cumpre a meu serviço”. A 30 de Setembro de 1531, Palha e Pancaldo assinavam um contrato em que este último se obrigava a não navegar pelos franceses, nem a dar qualquer tipo de conselhos que viessem a prejudicar a coroa portuguesa. Em contrapartida, o enviado português pagou-lhe 1600 ducados de ouro. Quanto ao pedido para se estabelecer em Portugal, a resposta foi outra. Três dias depois de assinado o contrato, Pancaldo escrevia a D. João III, lamentando não poder satisfazer esse pedido do monarca e solicitando que lhe fosse outorgada uma carta de cavaleiro. Nessa carta, argumentava que era já demasiado velho, desejando apenas repousar e passar os restantes dias da sua vida em terra firme. Esta intenção acabou por não se confirmar. Em 1535, Pancaldo voltou a se fazer ao mar, então a bordo de uma nau comandada por Pietro Vivaldi, destinada a atravessar o Estreito de Magalhães e dali seguir até para as Molucas. Ao passar junto ao Rio da Prata, sofreu um acidente que acabou por lhe tirar a vida. A figura de Leone Pancaldo, navegante companheiro de Fernão de Magalhães e de Diego Colombo, tem inspirado alguns estudos. Além dos consultados para a presente biografia, é necessário destacar ainda as seguintes obras: José Toribio-Medina, Algumas notícias de Leone Pancaldo, Santiago do Chile, 1908; Giovanni Jachino, Leon Pancaldo. Saggio storico-critico, Savona, 1910; F. Noberasco, Un compagno savonese di Magellano, Leone Pancaldo, Savona, 1921. |
Bibliografia | |
Estudos: | Prospero Peragallo, Leone Pancaldo, sussidi documentari per una sua monografia, Roma, Ministerio della Pubblica Istruzione, 1895. Idem, Intorno al saggio storico critico Leon Pancaldo, di Giovanni Jachino: Recensione, Spezia, Tip. di Francesco Zappa, 1901. Roberto Almagia, “Pancaldo, Leone”, Enciclopedia Italiana di Scienze, Lettere ed Arti, v. XIII, Roma, Istituto della Enciclopedia Italiana, 1935, p. 173. |