Este volume, que é o resultado do projecto homónimo financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia já está disponível para entrega, pelo que aceitamos, desde já, reservas para o e-mail: cat.ests.sefarditas@fl.ul.pt. Pode também fazer a reserva através do formulário disponível para o efeito: clique aqui.
Apresentação
O papel histórico desempenhado pelas comunidades sefarditas de origem portuguesa no desenvolvimento da vida material, entre o século XV e o século XVIII, foi o objectivo principal da investigação científica que está na origem do Dicionário de Sefarditas Portugueses. Mercadores e Gente de Trato.
Sobre este assunto encontra-se disponível, nos fundos das bibliotecas, uma vastíssima bibliografia, alguma da qual, ainda que de relevante qualidade, permanece esquecida e de difícil consulta.
Na feitura deste Dicionário a fase de investigação arquivística durou quatro anos e a redacção dos verbetes e entradas ocupou a equipa de pesquisa durante igual período de tempo.
A organização e o planeamento do Projecto, os objectivos a cumprir e a forma de os alcançar, consumiram parte significativa do primeiro ano de trabalho. Nessa altura, dado que se tratava de um Projecto de longa duração, achou-se por bem definir um conjunto de rotinas que, depois de verificadas, orientassem, com alguma segurança, o trabalho dos investigadores. Elaboraram-se os cronogramas individuais e fixaram-se os objectivos de cada investigador.
Desta forma anular-se-iam, ou reduzir-se-iam ao mínimo, as dificuldades que sempre surgem nas fases sucessivas de qualquer pesquisa, sobretudo em projectos com esta duração.
Num primeiro momento, a equipa definiu alguns problemas ontológicos que se apresentavam. Desta forma, assumiu-se que toda a pesquisa se organizaria em torno dos Mercadores e Gente de Trato de origem sefardita portuguesa, com actividade económica ou comercial entre o último quartel do século XV e a primeira metade do século XVIII.
A interiorização deste enquadramento ontológico foi fundamental para delimitar a pesquisa, e premissa básica para que as fases subsequentes não se afastassem demasiado das expectativas iniciais.
Depois de, provisoriamente, ter sido clarificada a metodologia de trabalho, com a definição dos objectivos individuais e colectivos, traçaram-se os algoritmos em conformidade com a especificidade das tarefas a concretizar. E, de seguida, marcaram-se os cronogramas, sujeitos, como sempre acontece, a ajustamentos imprevistos.
Desde logo a equipa de investigação definiu formas de recolher e tratar a informação, em conformidade com linhas de orientação previamente discutidas. Pretendia-se dotar a equipa de procedimentos relativamente definitivos, ainda que susceptíveis de ajustamentos impostos pelas surpresas e desvios a que todas as pesquisas estão sujeitas.
Esta preocupação resultou em ganhos claros: desde o primeiro momento, o tratamento da informação nova já se encontrava desenhado e a funcionar de forma a responder às solicitações dos objectivos básicos do Projecto.
Apresentamos a versão final do Projecto sob a forma de Dicionário por nos parecer ser esta a melhor maneira de organizar o conhecimento novo que a pesquisa proporcionou. Por um lado pela facilidade em estruturar a informação; depois, porque as numerosas remissões e os índices remissivos transferem a informação de um ponto a outro e estabelecem a ligação entre elementos aparentemente distantes, assim, facilitando, e muito, o trabalho do leitor.
As biografias foram sendo elaboradas em conformidade com um guião pré-estabelecido, e sendo ajustadas à medida que a investigação progredia e revelava novos dados.
Frequentemente, e por diversas razões, algumas entradas ganham a forma de estudos de caso, na medida em que são exemplos, e alguns mesmo paradigmáticos, no quadro que temos da época e da temática. Mas são também o resultado de um entrecruzar de fontes e de dados muito complexos com que se tecem as teias relacionais entre famílias e indivíduos, e entre estes e as comunidades, quase todos, praticamente, em diáspora.
Noutro sentido, a escolha da prosopografia como campo metodológico de trabalho, partindo da recolha da informação a este respeito já conhecida, possibilitou a análise comparativa e de validação dos conteúdos, e sempre que surgiam referências à Inquisição, remeteu-nos para os processos da Torre do Tombo. Assim a informação com que se trabalhava tornou-se mais complexa, orientando-nos para a dupla hélice do Projecto: por um lado conhecer a estruturação interior das famílias, evidenciando a informação genealógica; por outro, e por via do inventário de bens, lançar luz sobre as formas de acumulação patrimonial, e mesmo sobre as transferências de bens no seio das próprias famílias ou mesmo entre elas.
Igualmente foram definidos os acervos documentais, a bibliografia temática e criadas condições para leituras de rastreio da informação disponível. Genericamente, a consulta bibliográfica organizou-se em torno de “âncoras bibliográficas”, de que são exemplos os estudos sobre a Europa do Norte e sobre o Brasil e a Ibero-América.
Este dicionário afirma um saber temático. Um momento de síntese daquilo que, num determinado tempo, sobre ele se conhece. Dá conta de saberes, muitas vezes geracionais, integra a nova informação, e procura a sua validação científica na novidade que contém e no rigor metodológico do seu tratamento. Mas continua um texto aberto que, embora alargando os horizontes do que se conhece, está sujeito à perda de novidade mas, seguramente o desejamos, incentivará à descoberta de novos problemas e à formulação de novas soluções.
Reservámos para o fim desta breve apresentação dizer o quanto estamos gratos às pessoas e instituições que deram alento a este Projecto. Em primeiro lugar, à Fundação para a Ciência e Tecnologia; à Família Benveniste, Dr. Serge Marcos de Benveniste e Dra. Monique Marcos de Benveniste, mecenas da Cátedra de Estudos Sefarditas “Alberto Benveniste”.
À Fundação da Universidade de Lisboa. À Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e ao Centro de História da Universidade de Lisboa.
A todos, o nosso obrigado.
A. A. Marques de Almeida
Investigador Responsável
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Instituições (Arquivos e Bibliotecas) que suportaram a pesquisa*
SIBUL (Sistema Informático das Bibliotecas da Universidade de Lisboa);
Biblioteca Nacional de Portugal;
Biblioteca João Paulo II (Universidade Católica Portuguesa);
Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra;
Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo;
Biblioteca da Cátedra «Alberto Benveniste»;
Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa;
Biblioteca da Ajuda
Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Évora
Biblioteca Pública Municipal do Porto
Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade e Lisboa.
Biblioteca Rosenthaliana (Universidade de Amesterdão);
Archivo General de Simancas;
Real Gabinete de Leitura do Rio de Janeiro;
Biblioteca da Universidade Fluminense;
Biblioteca da Universidade de São Paulo;
Biblioteca da Universidade Presbiteriana de McKenzie (S. Paulo).
Archivo General de la Nación (Lima, Perú)
E ainda, como manuais de referência, consultaram-se:
António Joaquim Anselmo, Bibliografia das Obras impressas em Portugal no Século XVI, Lisboa, 1926;
Boletim Internacional de Bibliografia Luso-Brasileira, Lisboa, Fundação Gulbenkian, 1960-1973;
Catálogo da Livraria Conde de Ameal, Porto, 1924
Catálogo da Livraria de Fernando Palha, Lisboa, 1896;
Catálogo da Livraria dos Condes de Azevedo Samodães, Porto 1921/22
Inocêncio Francisco da Silva, Dicionário Bibliográfico Português
Jorge Peixoto, Bibliografia analítica das Bibliotecas Portuguesas, Coimbra, Biblioteca Geral da Universidade, 1987.
* Todas as entradas do Dicionário remetem para bibliografia de suporte (estudos e fontes).
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Ficha técnica
Seguidamente apresenta-se os indicadores constantes da base de dados com que todos os investigadores trabalharam e que, naturalmente, foram os campos com que se construíram os textos referentes a cada biografado:
– Nome católico
– Nome Judaico
– Nome Católico (outro)
– Local de nascimento
– Local de casamento
– Data de casamento
– Local de falecimento
– Data de falecimento
– Pai
– Mãe
– Avós paternos
– Avós Maternos
– Estado civil
– Cônjuge
– Local de nascimento do cônjuge
– Data de nascimento do cônjuge
– Local de falecimento do cônjuge
– Data de falecimento do cônjuge
– Filhos
– Netos
– Outras relações familiares
– Fortuna
– Profissão ou actividade
– Relações comerciais
– Intermediários
– Contratadores relacionados
– Relações com estrangeiros
– Relações com o poder político
– Observações
– Percurso
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Equipa de investigação:
A. A. Marques de Almeida – Investigador Responsável
Paulo Mendes Pinto – Coordenador
Carla Vieira – Bolseira de Investigação Científica (FCT)
Susana Bastos Mateus – Bolseira de Investigação Científica (FCT)
Florbela Veiga Frade – Colaboradora eventual
Patrícia Cardoso Correia – Colaboradora eventual / estagiária
Clareana Marques – Colaboradora eventual / estagiária
Rita Henriques – Colaboradora eventual / estagiária
Catarina Durão – Colaboradora eventual / estagiária
Carlos Manuel Valentim – Colaborador eventual
Maria Fernanda Guimarães – Colaboradora
James Nelson Novoa – Colaborador eventual
Alice Tavares – Colaboradora eventual
Pedro Beirão – Colaborador eventual
Tiago Polmo – Colaborador eventual
Maria da Graça Mateus Ventura (ICIA)- Participação na fase inicial da estruturação